Paraplégico, o escritor Marcelo Rubens Paiva passou por
um situação desagradável ao ser "esquecido" no avião por funcionários
da TAM no último domingo. A companhia, em nota oficial, afirmou que o ambulift, equipamento
utilizado para efetuar o desembarque de cadeirantes, estava atendendo clientes
de outros voos. O autor contou que demorou mais para deixar o avião do que a
duração do voo entre Rio e São Paulo.
O caso coloca em dúvida o
atendimento das empresas aos clientes em cadeira de rodas. No Brasil, segundo
estatísticas, há 24,5 milhões de portadores de deficiência - muitos deles
cadeirantes e com vida ativa, enfrentando problemas para se locomover não só pela
cidade, mas também em viagens aéreas.
Cadeirante há pouco mais
de um ano, o palestrante motivacional Janderson Viegas, de 21 anos, viajou com
a família da namorada de Manaus para Fortaleza pela TAM no último mês de março
e passou por problemas na hora do embarque, mas pôde contar com a ajuda de
funcionários da empresa.
"Eles me deram uma
cadeira adaptada. Meu assento era o primeiro, mas a cadeira não chegava até
ali, então tive que ser carregado pelo meu sogro e dois funcionários da
TAM", contou o jovem à reportagem. "Eles me ajudaram completamente
quando eu precisei e a minha cadeira chegou sem problemas", completou.
O SRZD entrou em contato com as quatro
principais companhias aéreas do país pedindo informações sobre o auxílio a
passageiros em cadeira de rodas e constatou que os eventuais problemas não
acontecem apenas na hora do embarque, mas antes mesmo da compra das passagens.
Identificando-se como
cadeirante, o repórter ligou para o serviço de atendimento ao consumidor (SAC)
da Azul, Webjet, TAM e Gol. Confira abaixo:
Azul - Na primeira tentativa, após
explicada a situação, a atendente pediu um instante para confirmar informações
e, em seguida, a ligação caiu. Na segunda tentativa, outra atendente informou
que a companhia dispõe de rampas para o acesso nas aeronaves e que a cadeira de
rodas precisa ser despachada. Diante do pedido de novas informações, mais um
instante foi solicitado e a ligação voltou a cair.
Webjet - A atendente reconheceu que o site
da empresa não dispõe da opção para solicitar auxílio a cadeirante no momento
da compra, mas ela pode ser efetuada normalmente e o cliente deve ligar para a
companhia solicitando a inclusão do serviço especial. A companhia se compromete
em disponibilizar funcionários para auxiliar no embarque e desembarque.
TAM - A empresa também não tem a
solicitação do serviço pela internet e o cliente precisa entrar em contato por
telefone. A operadora informou que o passageiro tem a opção de embarcar com a
cadeira ou despachá-la e usar uma da companhia. Há respaldo de funcionários no
embarque, desembarque e, se necessário, durante a viagem. Disponibilizam ainda,
se necessário, o ambulift.
Gol - A atendente informou que há auxílio
para cadeirantes, mas não soube dar outras informações, como explicar se o
passageiro teria que despachar sua cadeira ou não. Mediante solicitação de
atendimento especial, o cadeirante precisa chegar duas horas antes do voo para
fazer o embarque - aproximadamente uma hora de espera a mais que os outros
passageiros em voos domésticos.
Fonte: SRZD
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