terça-feira, 7 de agosto de 2012

Famílias de Uberaba, MG, se unem para manter aulas de Equoterapia


Grupo de pais, amigos e colaboradores se uniu para arrecadar fundos.
Com verba arrecadada foi possível ampliar número de atendimentos.
Luiz VieiraDo G1 Triângulo Mineiro


Fundada há aproximadamente 14 anos, a Associação Mineira de Equoterapia (AME), de Uberaba, no Triângulo Mineiro, enfrentava dificuldades para se manter em funcionamento e corria o risco de até mesmo interromper os atendimentos. Foi então que pais, amigos e colaboradores resolveram se unir para tentar reverter a situação. Eles criaram uma espécie de calendário onde organizam eventos para arrecadar fundos e desde então conseguiram ampliar o número de atendimentos e de funcionários.

Para Vânia Veloso Guimarães, mãe da praticante Maria Eduarda, os resultados da equoterapia são visíveis no desenvolvimento da filha. Ela descobriu o grupo quando a menina tinha três anos e foi diagnosticada com autismo. "Logo que eu tive o diagnóstico comecei a pesquisar e estudando ouvi falar que a equoterapia é um recurso interessante para o desenvolvimento do autista. Daí descobri que já existia a associação em Uberaba há alguns anos, mas estava bem no início e o trabalho quase que não tinha divulgação. Os médicos viram que realmente seria interessante para ela a equoterapia e então eu estou aqui tem nove anos. Neste tempo percebi muitas melhoras porque o autista é disperso e até a postura  Vânia.

Ainda de acordo com a mãe, quando ela conheceu o grupo a AME a instituição passava por dificuldades e estava prestes a fechar por falta de condições. Foi então que os pais decidiram fazer algo e organizaram uma festa junina para angariar fundos e pagar as contas. A ação teve resultado positivo e desde então o grupo investiu em mais eventos. "Foi nossa primeira festa e desde então fizemos outras edições e resolvemos organizar outros eventos durante o ano para ajudar a manter a associação. Antigamente eram cerca de 20 praticantes e hoje temos 83. Tínhamos dois funcionários e agora temos uma folha de pagamento de dez funcionários", completou Vânia.



Atualmente, a AME conta com profissionais para atendimento em diversas áreas, desde profissionais que trabalham com a equitação, até especialistas como fisoterapeutas, psicólogos e terapeutas. A Prefeitura e algumas empresas ajudam a associação com alguns recursos, mas são as ações das famílias que completam o orçamento.

O presidente da AME, Fernandino Ribeiro Guimarães, descobriu o grupo em 2002, quando colocou a filha Marina, na época com dois anos, portadora da Síndrome de Down, para participar da equoterapia. Para ele o desenvolvimento da filha foi surpreendente com a prática do esporte e a ideia é que a as atividades sejam ampliadas. "Desde que começou na equoterapia ela desenvolveu na postura, o comportamento e hoje está no programa avançado. A nossa proposta é conseguir com os eventos ampliar o atendimento para as famílias como, por exemplo, nós atendemos de segunda a sexta-feira e em três dias da semana atendemos só pela manhã. A nossa ideia era ampliar o atendimento para todos os dias o dia todo", finalizou.

Entenda os benefícios
Segundo o fisioterapeuta e equitador, Willian Rocha de Oliveira, a equoterapia é uma modalidade esportiva com diversos benefícios terapêuticos, que vão desde a melhora física até o desenvolvimento social dos integrantes. Ele lembrou que o desenvolvimento dos pacientes já proporcionou até mesmo a inserção ou reinserção de pacientes no mercado de trabalho.

"Os benefícios da atividade são observados em três esferas: a física, através do movimento terapêutico que o cavalo tem que promove ganhos no equilíbrio, na coordenação motora, na força muscular, na agilidade, na destreza; a outra esfera de ganho é a psicológica, que vai de encontro a toda a magnitude que é o trabalho com o cavalo, a questão do suporte, da força que ele transmite, gera benefícios na autoestima, na melhora da autonomia; e por último a esfera que envolve os aspectos ligados a questão social, conforme o praticante vai tendo ganhos na parte física e psicológica ele tem ganhos na esfera social, ou seja, as vezes ele não trabalhava estava afastado e passa a trabalhar como temos em alguns casos aqui na associação, em alguns casos a pessoa passa a ter um convívio melhor na própria família, o praticante acaba criando condições para participar de eventos esportivos", finalizou o fisioterapeuta.

Fonte: G1 Triangulo Mineiro Globo.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário